Por: Luciana Tazinazzo Figueira, do blog Aceita um Leite?
Este livro chegou até mim através da blogueira Fernanda Ferrareis que, muito gentilmente, me mandou seu exemplar. Já adianto, antes de mais nada, que eu não sou exatamente o público-alvo de histórias de vampiros. Na verdade, existem dois livros de vampiros que eu gosto muito, e são Entrevista com o Vampiro e Drácula. Dito isso, esclareço que, o fato de não ser tão fã desse universo, acabo comparando o leio sobre o assunto com as duas obras - maravilhosas - que citei, e talvez por isso não me atraia pela produção contemporânea na área.
Sinopse: Apenas o silêncio das mariposas pode ser alcançado - mesmo que cause dor e desconforto. E tudo por causa de um beijo, um beijo vampiro, num baile de máscaras, numa noite em que a lua cheia banhava o céu com uma cor prateada. E, neste turbilhão de sensações e metáforas, eis que o drama se inicia e se desenrola numa teia tecida por relatos de uma face sem sexo e sem nome, apenas com uma cicatriz.
Sobre o autor: Juliano Schiavo nasceu em Americana – SP no dia 22 de julho de 1987. É formado em jornalismo pelo Instituto Superior de Ciências Aplicas - Limeira, com pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo pela Unimep - Piracicaba. Estuda Ciências Biológicas na Universidade Federal de São Carlos - campus de Araras. Trabalha com assessoria de comunicação e é colaborador de jornais com artigos de opinião. É autor dos livros O Silêncio das Mariposas, Consternado e do livro-reportagem Sociedade do Lixo.
Minha opinião: Como já mencionei anteriormente, não sou fã assídua de histórias de vampiros, e sou bem crítica e exigente quanto a esse tipo de enredo, principalmente por ser fãs de Anne Rice e Bram Stoker. Achei O Silêncio das Mariposas um livro com boa intenção, mas acredito que precise de mais. Não pude deixar de comparar o protagonista melancólico com o vampiro Louis, de Entrevista com o Vampiro, principalmente no tocante a seus questionamentos sobre a vida e sobre seu "dom". O vampiro Lúcio, codjuvante e tutor do protagonista de O Silêncio das Mariposas, acaba lembrando Armand, também da obra de Anne Rice. Entretando, senti que os personagens poderiam ter um pouco mais.
Na verdade, esperava que os vampiros dessa história tivessem um diferencial. Muitos livros de vampiros mantém certas características básicas, como não poder ter contato com o sol, ou o poder de ler mentes, mas os autores adicionam certos fatores que criam um diferencial a seus personagens. Acho que o autor deste livro poderia ter ousado mais e criado um fator-chave para caracterizar seus próprios vampiros. Isso poderia, ainda, evitar comparações, que podem enfraquecer seu enredo.
Um outro fator que preciso destacar, e acho que isso é papel da editora, é sobre a revisão do livro. Encontrei alguns poucos, mas fortes, erros de ortografia, plural, conjugação do verbo e contração do verbo com relação à pessoa. O autor narra o livro em primeira pessoa, mas, em alguns diálogos, comete o erro de misturar a segunda com a terceira pessoa. Por exemplo: "Eu vou te contar uma coisa. Você é..." Nesse caso, o "te" é direcionado à pessoa "tu" e não "você". O correto seria "vou lhe contar...". Achei tais erros graves. Tudo bem que, às vezes, deixamos algumas coisas passarem, mas é função da editora impedir que isso aconteça.
Senti que a narrativa estava "tentando demais". Achei que, na tentativa de fugir de um diálogo muito coloquial, o autor acabou exagerando em certas descrições e termos, acabou carregando a narrativa. Bom, isso foi só minha impressão. Mas acredito que, quem é realmente fã de histórias de vampiros, pode se interessar pela obra. Acredito que o autor tem um grande talento e deve continuar escrevendo, pois o Brasil tem ótimos talentos na literatura para mostrar ao mundo.