quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Resenha de Lean Lioncourt



Uma obra deveras fascinante, com fundamentos intelectuais na literatura 'vampírica' superior, porém, de certa forma, transgressor de ideias. O autor trabalha com a ideia de despersonalizar o(a) protagonista talvez para que sejam impelidas apenas as ações, fato este bem trabalhado, que rendeu ótimos frutos na obra.

É sensual sem ser vulgar, é estimulante na medida certa e com caracteres de identificação muito forte com o leitor, fugindo do paradigma da bondade absoluta e maldade relativa, tão em voga atualmente em outras literaturas.

Segue na forma padrão da língua, de fácil assimilação, respeitosa e paradoxalmente atual. É dotado de emoções extremistas enumeradas por um certo conforto e por uma bem trabalhada cronologia. Tem um enredo sagaz, branco, seleto de especificações.

Nota-se também a preocupação, digamos, da escola de Hemingway, em categorizar sentimentos e sensações. É, simultaneamente, físico e químico na leitura, usando do subterfúgio das características anunciadas para traçar uma co-ligação da alma do(da) protagonista com as nossas próprias sensações.

É fascinante ler como o(a) personagem lida com o mundo novo, deixando em paralelo o que já conhecia e algo que, na minha opinião, é intrigante sua adequação a este mundo. No mesmo patamar está a qualidade em que foi redigida simbolicamente as experiências do(da) personagem. Enfim, é uma obra que deu certo no meio de tantas que não vingaram e que, por minha opinião pessoal, deve ser continuada.

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